
Eu já andei no escuro, absoluto escuro,
que apenas podia ser cortado toscamente,
por uma chama desiludida no meio do, absoluto,
escuro da luz das estrelas cinza chumbo...
era quando a noite realmente entrava em nós,
e brincávamos de esconder pelos vãos de luz,
que nos possuía e então éramos comuns a toda treva,
que se fluía dentro de nós e ia embora,
sempre que a escuridão abrisse de novo os nossos corpos...
sinto falta de outra escuridão que ficasse e não esta que está,
que não se muda, não vai embora, que insiste em ficar
a despeito da minha vontade... preciso dessa escuridão,
onde eu possa aí me desnudar, me entregar!
Francisco Vieira
24/01/11