Existe entrega mais profunda
que aquela dentro do colo do útero,
de ceder o próprio corpo
para receber o filho desse homem que me beija
e agora, justamente agora, quanto então tanto amor
se ejacula, se transborda, se liberta, se alivia:
nesse exato momento em que ele me olha fundo,
me penetra mais uma vez, me vê por dentro:
eu também o vejo, porque ele se mostra.
Existe entrega mais profunda
do que aquela que se origina do próprio ventre,
cuja força involuntária o projeta mais e mais alto,
ventre esse que se espande e tão fundo penetra,
ter a recebê-lo outro corpo molinho, dado, solto,
que todo se excita por suportar tamanha carga:
o prazer de ter a receber tanta intimidade, tanta virilidade
esse corpo de mulher submisso por baixo do meu.
Francisco Vieira
12/08/10
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
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Um comentário:
A compensação do largo ventre é ser preenchido pela rigidez do pico da vida. Do alto o céu é muito mais amplo.
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