quarta-feira, 20 de julho de 2011
Feitio de Oração
Benditos vós, que vos expressais por palavras,
que fizeram, do som, uso para articular pensamento,
que conseguis comunicar vosso mais profundo e pequeno medo.
Vós, que tendes vos esmerado em buscar a mais preciosa expressão,
que vos contendes de ansiedade enquanto a pedra bruta vai tomando forma,
brilhando, sem a menor mácula aparente...
regozijai-vos que vos surpreendeis com a entrada súbita da brisa,
trazendo um aroma refrescante de folha úmida,
e podeis falar sobre isso, com a exatidão de um aprendiz.
O que era antes disso, antes de poderdes desenhar assim,
a nível de lousa neuronial, da maneira mais clara e lúcida,
os desenhos das sutilezas de sentimentos inerentes a vós...?
Porque assim sois, transformados, de bestas comuns,
que apenas grunhiam sentimentos óbvios e sem fundamento,
em Homens leves, tão leves quanto as imagens que podem criar,
compondo-as com palavras.
Paragens azulíneas transparentes, flutuantes,
como fumaça moldada qual argamassa fosca,
pairam azuis gasofilácias, e se espalham com um sopro!
Benditos vós que comunicais exageradamente vossos sonhos,
que abris aos ventos vossos anseios nos corações descontidos,
vós que sois honestos e que alimentais a verdade a qualquer preço!
Francisco Vieira
18/07/2011
Imagem disponível em http://tinyurl.com/3w5hbf6 em 18/07/2011
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