quinta-feira, 3 de março de 2011
Umidade
Aguardamos o seu contato.
Na caverna mais escura, na mata tépida,
sob uma chuva finíssima, oleosa,
com os dedos cravados no deszelo:
a apavorante figura que cresce na parede
é a minha sombra rusticamente projetada,
bruxuleando no fundo do côncavo na rocha.
E eu descobri.
Diante de tal verdade impressa na minha carne,
que mais posso fazer aqui, só por diversão?
Por baixo do poço há de a água fluir, surgindo
das entranhas cheias da terra que transborda,
não se contem e extravasa, mililitricamente ocupando a superfície.
Francisco Vieira
03/03/11
Imagem disponível em http://tinyurl.com/49tc4n3 em 03/03/11
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