segunda-feira, 12 de março de 2007

O Ralo

Bastou abrir a porta do pensamento:
o indivíduo abriu, olhou a noite-sem-fim,
rebuscada e aconchegada naquela roupa de estrelas
fulgurante – um sonho cheio de estrelas,
a busca cheia de pós de estrelas,
faiscando no sentimento cheio de estrelas
- nós de luz, quis de luz estrelas
ensopar-se-lhe até a alma de estrelas.

Agora Silas, círio, aberto de estrelas,
como sóis acontecer com estrelas,
um corpo sem luz própria, iluminado de estrelas,
ou melhor, como um buraco negro a comer estrelas,
viu, dentro de si, talvez no fundo,
talvez mais perto ou longe, as ondas de luz de estrelas.


Francisco José
18/03/03