sexta-feira, 10 de junho de 2011

Água Marinha






Eu tenho um luxo em mim
que se escorre feito mel,
pelos meus pelos nas pernas,
entre os dedos que é pregando no chão
que se anda impreciso sobre o doce.

É porque os contornos marinhos nas praias
de um vento soprado úmido, salgado,
no pôr do sol que se espreguiça
sentado e deitando nas areias e conchas,
são perfeitos e movimentados, como que brilhassem.

É igual à rocha, que escorre lisa, no maior prazer,
nas praias onde ousam colocar-lhes as pontas,
cuja vida é a festa da luz, do calor, da espuma, do frio,
e um beijo frequente e perene da brisa que se sopra...

Esse é o luxo que se encanta em mim nu,
na praia no sol num beijo de luz,
entre aquela excitação de sentidos
e o mais nada, nada do eu que pudesse prover.

É porque é um contorno de formas sutis,
daqueles morros do sol poente, azulando-marinho,
na areia onde aí somente eu posso me recolher,
- eu que estive exposto durante todo o dia de luz -
apenas nas radiações simpáticas do argênteo.



Francisco José
10/06/2011


Imagem disponível em http://tinyurl.com/6ezljqm em 10/06/2011