terça-feira, 30 de novembro de 2010

Monjolo



Eu acredito em mágicas,
e coisas e pessoas especiais na vida,
a tudo que eu me busco merecedor,

entre a terra e o céu,

que possa me favorecer a felicidade.


Eu suspeito porque não consigo entender

que os mares, nos domingos ensolarados,

são mais verdes do que nunca,

mas só ao entardecer.


Acho possível e considerável a realidade que vai

revelar-me o astro lá em cima, outra realidade, atrasada,

e que bem possivelmente estará apagada.

Por isso vivo neste lugar por um instante que é devanescente:

entre os últimos raios solares, a briga com as trevas arrogantes,

que chegam tomando por direito seu espaço, naquela equilibrada luta

entre forças igualmente ameaçadoras e poderosas,

- pois que sob a luz diluída as cores se mostram mais sensuais,

mais apelativas, as fragrâncias liberadas no frescor do fim da tarde,

onde é maior a umidade de tantos perfumes e aromas,
que
sentir-se úmido, lúbrico, no meio destes matos, destas flores,

sentir a pele pinicar sendo picado por diversos insetos pequenos,

enquanto os instintos inflamam a carne fremente, desejosa, espasmódica,
no cio dos animais, pode ser deliciosamente delirante...



Francisco Vieira

30/11/10