sábado, 17 de julho de 2010

Oco



Eu sou
a ausência do que nunca tivestes
na sua calada inexistência.

O buraco mais famélico
que pudera existir
e que jamais se contentasse.

O ventre que regurgita a fome,
na digestão lenta e viva
das próprias vísceras.

a mão algoz que larga a faca então inútil,
revira os bolsos, apalpa os genitais
e sufoca, dentro do olhar, o último suspiro.

Enfim o diabo louco que come os olhos,
aos gritos pantagruélicos e, não safizfeito,
onaniza-se com os restos do pai morto.


Francisco José
17/07/2010

Ex plo-são

Meu coração desesperado
Quebrou todas as barreiras
Desse lugar antigo em que
Ele não cabia mais...

Onde inclusive nesse mesmo lugar
Pessoas amadas ocuparão um novo lugar

Não sei o que eu perdi ou ganhei...
Também não sei mais o caminho de volta,
Olho para mim mesmo, às vezes, e não me reconheço...

Eu não desisti de nada. Eu me possuí...


Francisco Vieira


17/07/2010

Sonho de menina moderno

Se eu fosse menina, sonhava,
Que eu desejava um príncipe num cavalo alado
De luz, vindo de outras galáxias,
Para onde me levaria depois de me resgatar aqui,
Visto os países exóticos serem tão perto daqui, agora.

E eu viverei outra vida.

Francisco Vieira
06/07/10