sábado, 17 de julho de 2010

Oco



Eu sou
a ausência do que nunca tivestes
na sua calada inexistência.

O buraco mais famélico
que pudera existir
e que jamais se contentasse.

O ventre que regurgita a fome,
na digestão lenta e viva
das próprias vísceras.

a mão algoz que larga a faca então inútil,
revira os bolsos, apalpa os genitais
e sufoca, dentro do olhar, o último suspiro.

Enfim o diabo louco que come os olhos,
aos gritos pantagruélicos e, não safizfeito,
onaniza-se com os restos do pai morto.


Francisco José
17/07/2010

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