quarta-feira, 2 de março de 2011

Adeus





Adeus

A
Daniel Bezerra Gomes



Eu sentado sobre a pedra no caminho que nos surgiu,
durante a nossa caminhada, para que me amparasse,
do tapa de te ouvir dizer a própria boca o “Fica!”
porque não me queres mais, peso que me tornei a ti.

São lágrimas com areia de rio que eu choro doidamente,
que me escorrem pelo colo erodido, assoreado,
que não se calam impulsionadas com a pressão
de um grito que não pode nem quer se calar,
mas que também não vem à tona,
nascido no fundo do ventre do ser côncavo, de vazio,
desprovido de pele, gelatina escorrendo sobre a pedra.

Mas ainda há de passar um beija-flor
e provar, levando consigo,
do doce açúcar em que me derreti.


Francisco Vieira
02/03/11


Imagem disponível em http://tinyurl.com/69fyc54 em 02/03/11