sábado, 11 de dezembro de 2010

Werther



Eu sou Verlaine.
Onde estás Arthur?
Em que noite sombria a tua alma,
gentil possuidora da minha, se abrigou desse temporal de emoções?

Eu sou a tua alma da minha,
com passagem livre entre os corpos
que se agigantam no emaranhado de paixões,
consumindo-nos os espíritos e o corpo, que já não se distrai.

Eu sou você por toda a eternidade.
No piso frio do chão em que desistimos
de nos sustentar,
onde caímos exaustos os nossos corpos
e livres essas almas, a que já não pertencem mais nada...

A nossa poesia jaz mole, sem tônus, pelos ares a girar.

Francisco Vieira
11/12/10