quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

The killing Jar






As jarras gargalhavam, na sua pontencialidade digna
dos conteúdos gélidos que as faziam suar, na encruzilhada,
jogando os corpos para trás, cujos cabelos seguem o movimento
em meia lua brilhando, cada fio, em cada onda em cascata.

E por que na encruzilhada, o passante descuidoso lançará a pergunta,
a qual será respondida, numa gargalhada tátil,
escorrendo nos pelos do teu corpo, emitindo notas inaudíveis
de prazer, de riso descontrolável e descontrolante destino, ela dirá,
numa expressão de enigmático e despretensioso riso vespertino,
perguntará ‘o que tem a encruzilhada de mais?’

Francisco Vieira
10/02/11


Imagem disponível em http://tinyurl.com/6yc927j em 10/02/11

Balloons






E se perpetra o crime de aprisionar Hélio
num compartimento de borracha colorida, com muito cheiro,
se amarra um cordão na ponta dos mesmos, sob o nó,
e com esse sequestro se comemoram acontecimentos e datas festivas.

Acontece que tal material torna-se poroso, ou pela presão,
que o estica ao ponto de se romper em alguns pontos distintos,
ou se os átomos vão cavando por si só janelas no látex,
e o Hélio vai se escapando, por entre nitrogênio e hidrogênio,
subindo à estratosfera, lugar onde, definitivamente, mora.

Porém se alguma criança, mesmo adulto, liberta o cilindro pelo ares,
o gás inteiro entra na velocidade junta de todos unidos em pressão,
e se alça cortando o ar vulgar que o aprisiona nas profundidades,
sem nenhum rancor, então, passa pela torre mais alta da Igreja, e beija,
já que só tem valor a ansiedade da viagem e da chegada, e a sensação
de se pertencer ao todo - não há quem não grite.





Francisco Vieira
10/02/11


Imagem disponível em http://tinyurl.com/4bxyk4x em 10/02/11