terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Fábula VCXII








Eu abandonei tua casa pelas portas do fundo,
como um ladrão, fugitivo que era da tua força de comando,
que dormia atrás da porta da frente.

E foi uma lufada de brisa doce, úmida e fria
que despertou o carrasco de que o rato, que ele mantinha,
havia buscado as paragens escuras e sombrias da noite.

E quanto luminosos para o fugitivo errante,
pulmões cheios de esperança,
pareceram aqueles caminhos desconhecidos, excitantes!

Na porta dos fundos, sob a luz pálida e mágica, olha o raptor,
pela imensidão das árvores que cegavam qualquer luz na escuridão,
debruçado sob o peitoril da própria covardia por sair...


Francisco Vieira
15/02/11


Imagem disponível em http://tinyurl.com/6353rpj em 15/02/11