quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Estandarte






Eu vinha na prata de ala, onde tudo era mais gigante,
perambular, pelos escrutínios de uma nova era,
pairando no ar pulsadamente como um aeromodelo
do sim, do não, do talvez, do quem sabe...

Não me ousas ordenar escolher-te...
se sois um, posto que te encontras no infinito,
vendei meus olhos, perambulei por ali, para me perder,
escolhi a esmo e entrei, e cá estou sem nem querendo saber,
que caminho me carrega para o infinito!
Não quero saber o não sexo do meu bebê!

Pelo ouro de ala, desfilando, líquido, grosso, morno,
um perolado mar de esperanças, de possibilidades,
rumando em busca de um prazer desconhecido que os impele,
os fascinam, lhes cegando visões não mais necessárias,
árias, música, dança, corpo, suor... Sensualmente!

(É porque quando você para assim, e me olha, me vê,
acolhendo meu momento de prazer dentro dos seus braços,
eu atinjo um nível de emoção cativantemente desconhecido, alto,
e é aqui exatamente que eu quero ficar com você.)

Ah, Ismália emerge das águas e se dispersa
na luz que vem da sua irmã, beijando,
amparando a queda, amparando o vôo,
da diafaneidade dos sentimentos
que me inspira a construção desse poema.

Francisco Vieira
23/12/10

2 comentários:

Anderson Tomio disse...

Francisco,

Serei ousado (numa breve análise)nesse comentário,mas confesso que a cada poema seu, você me surpreende. Avaliar,julgar, não cabe a mim, leio, respeito cada caractere como obra, mas o conjunto delas estão lhe fazendo muito bem....e você as enfileirando de maneira tocante, fazendo ver.
Gostei muito!

Quero ainda neste, deixar publico, o meu abraço e minha gratidão por essa troca de experiencias, onde aqui aprendo e me surpreendo de boa maneira a cada visita.

Parabéns e que seu natal e o ano de 2011 seja 11 de sucesso e realizações pra vc.

Fraterno Abraço,
Anderson Tomio.

Maçao Filho [Delos] disse...

Um jogo de palavras de intensidade plural e absoluta, amplo demais para ser limitado por elogios, quaisquer que fossem, a todos os seus matizes e sons. Deixo apenas o recado de que nesta parada em que a música das letras é tão altissonante, meu coração adentrou por inteiro.