sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
O Jardim dos Sábios Bebês (Eles)
Olódùmarè abaixa e sussurra:
- Òsányìn, desmembra os quatro estágios do êxtase:
‘O sentimento que eu estou tendo agora é
o de quem anda passos na beira do abismo,
sente a vertigem da fundura,
sem o medo de cair,
e sem o menor desequilíbrio.’
- Ògún, desmembra os quatro estágios da guerra:
‘A contenda entre eles se dará porque fracassaram dialogando,
porque fracassaram de novo a cada morto que tombava,
fracassava novamente, quando desunia os olhares entre irmãos,
e finalmente fracassou mortalmente,
porque nada se resolveu.’
_Èsù, desmembra a transitoriedade:
‘A fração de segundos em que você está aqui é tal,
que por décimos de segundos a menos, poderia ser diferente,
que por tempos muito antes poderia ser muito difícil,
e ainda que, por mais no passado tais segundos estivessem,
tão quão difícil seria equilibrar a essência e o corpo.’
- Òsàlúfón, desmembra evolução:
'A porta que não merece estar de pé, deve cair.
A porta que merece estar de pé, deve cair.
A porta barroca que merece, é linda, deve cair.
Até não haver porta para cair.'
Francisco Vieira
14/01/11
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