sexta-feira, 1 de julho de 2011

Circuitos Elétricos





A você, amigão!




O meu corpo me ruge com uma excitação lasciva,
como se fosse uma besta, à qual eu devesse dar rumo,
que fala nos meus diálogos mais íntimos,
que me clama nos mais íntimos descansos,
nos suspiros, espreguiçando, esticando, bocejando...

eu que converso assim, abertamente, sem nenhum limite,
entre meus diversos diálogos, bailarinamente,
inclusive nas pausas que se coincidem num silêncio profundo...

eu que caio, em mim, e me resgato antes do encontro
no chão,
em mim eu me lanço abaixo e me alcanço
e acho em mim mesmo a exaustão das minhas energias
brincando.

Mas esse diálogo cessa quando próximo do teu corpo.
Eles conversam numa linguagem muda e toda sensitiva
que desconheço, toda cheia de reações e aproximações,
e se queimam e se ardem como fogo e oxigênio
onde nossos corpos, como lenhas contorcidas e grudadas,
são a base do nosso encontro onde ardemos nossas almas...

é quando então nos cristalizamos no meio líquido do mel,
lá juntinhos, transformando, sentindo-nos trincar em açúcar,
dentro da nossa respiração onde inspiramos o outro até o coração.

Eu calo no teu corpo.





Francisco Vieira
01/07/2011

Imagem disponível em http://tinyurl.com/6xtv573 em 01/07/2011

Um comentário:

abelheira disse...

Incrivelmente belo, leve, sustentável como uma pluma. Sempre poético. Parabéns!