sábado, 18 de setembro de 2010

Zeelia




Eu não quero mais amar a flor,
que se escapole do cálice depois de tempos aberta,
porque se dá longamente ao sabor da brisa,
que se brinca dela desconjunta enquanto vai ao chão...

Eu não quero mais amar a flor,
cujos veludos se escondem mais escuros,
e da timidez das suas reentrâncias e concavidades perfumadas
conclamam abelhas excitadas de desejos luxuriantes...

Eu não quero amar a flor,
que aromatiza as gotas de orvalho sobre suas pétalas,
só por brincadeira, por criatividade, por investimento,
e que soltam no ar os perfumes recolhidos em cada bordado sensorial...

Eu quero amar a flor,
essa criatura diáfana e aquosa, tecida em perfume e maciez,
que me espanta a tristeza e me põe pleno e feliz, radiante,
mas que se solta a alma em essência, suavidade e carmim...




Francisco Vieira
19/09/10

3 comentários:

Rozeli disse...

Toda forma de amar vale a pena; Eu amo a poesia que voce faz...é como palavras dançando desconexas e que no final, dão um show. Parabéns

Francisco Vieira disse...

Que comentário mais lindo!

Anônimo disse...

Ai que lindo ler isso logo cedo... tá certo que passa do meio dia, mas hj é domingo e acabei de acordar!!
Ah... e continue amando, amando sempre!!
Lindo
Beijos, Edilene
http://devaneiopulsante.blogspot.com