- E como está teu coração, alguma coisa te amargura?
- Nada além da vontade que o toma de que chegasse alguém,
assim do meu lado, alguém que perguntasse das flores do meu jardim.
- Elas estão bem, as flores?
- Espetaculares! Se esse alguém me chegasse hoje assim, de surpresa,
e eu o levasse a vê-las, ele as veria no esplendor da sua beleza e frescor.
- Também eu sonho ver um jardim quase que encantado
pelas mãos delicadas com que o jardineiro amorosamente as cuida,
que as ama uma por uma, cor por cor, canteiro a canteiro.
Os namorados pararam, viraram-se e olharam para dentro um do outro,
com a aquiescência amorosa de quem deseja e oferece o peito nu.
Os pássaros ao redor calaram-se, e assim as águas
e a gleba inteira calou-se
e a gleba inteira calou-se
para ouvir a respiração uníssona de dois corações que se encontraram,
e que agora se quedam na contemplação eterna de quem se quer o outro.
Francisco Vieira
10/10/10
2 comentários:
Exelente poema. Lindo.
Sempre bo falar da linguagem universal, o amor. Felizmente ele sempre inspira ótimos poemas.
"para ouvir a respiração uníssona de dois corações que se encontraram,
e que agora se quedam na contemplação eterna de quem se quer o outro"
gostei demais dessa frase.
parabéns.
Mesmo que tentasse, eu não conseguiria expressar o quanto esse texto me encantou. Lindo demais...
Sublime, perfeito. Tás de parabéns, meu amigo! Tens minha admiração.
Abração!
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