sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Montesquieu




Eu não estou em mim:
estou em, estou algo que avoesço, de repente de rodopio,
independentemente de qualquer ponto de onde eu pudesse tecer
minha trama de movimentos que em nada tocam,
nada pesam, nada sopram.

Que se subsistem apesar das contradições que as constroem,
e que se dispuseram, imperativamente, se auto acolherem,
nas tramas roucas do meu destino!

Vades, gentis almas livres, no vento, incessantemente,
para que possais viver sozinhas, no tempo passado,
se reconhecerem, se reencontrarem, se reorganizarem,
para que possamo-nos reencontrar, no futuro, de qualquer maneira,
porém mais livres, mais fluidos, mais aquáticos, mais luz!

Francisco Vieira
26/11/10

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo e profundo como sempre!!
Beijão, Edilene

Anônimo disse...

Vejo a expressividade brilhante, que projeta em nossa mente o registro da imagem de uma busca. Não percebo dor, embora mergulhar dentro do passado e se refazer seja dolorido. Percebo uma busca que se mostra livre, leve,que dança e flutua. Lá do alto até se pode ter a esperança de um futuro liberto, embora haja o mergulho, a profundidade, o âmago.
Belíssimo texto, poesia refinada!
Abs...

André Gonçá