segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

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Hoje eu quero a rosa mais branca que houver,
quero colhê-la nas primeiras horas da manhã,
ainda entre-aberta, quero essa vibração dela
que está se dando à luz e ao calor,
quero essa sensação.
Vou buscar no riacho próximo, no ponto
onde a água é mais pura,
encher minha jarra de barro,
com o cuidado de quem toca no sagrado.
Quero assear meu corpo, limpá-lo,
purificando ao máximo, unhas e cabelos aparados,
perfumar-me de mangericão, alecrim, e colônia,
então vestir roupas leves de algodão, branquíssimas.
Para ajoelhar-me descalço frente ao Ibá, com a alegria e satisfação
de quem se paramentou para estar na presença do Rei de Ejigbô,
tendo atravessado todo o deserto por horas,
sem trazer nenhum grão de areia, nenhuma gota de suor,
mas dourados os cabelos, rosa branca na mão,
para falar da minha tão enorme gratidão...

Francisco Vieira
24/01/11

Um comentário:

Diva Maria disse...

Francisco !!adorei este poema a cada dia vc está mais sensível em seus poemas "Gratidão" reflete bem isto !! Obrigado por dividir conosco palavras tão belas !! Parabéns