segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Insubstancialidade





“Até não haver porta para cair.”
A Daniel Bezerra Gomes



Eu estive olhando as portas assim, absorto, durante dias,
os quais eu não ouso contar, na inecessidade dos mesmos,
e elas se revelaram muito tempo depois, porque desistiram
de se esconder nas suas atitudes fechadas.

Uma ou outra se abriu, deixou passar gente,
abriram-se e fecharam-se, outras jamais se abriram,
outras ficaram extremamente abertas expondo um interior
pouco inexplorado.

Enfim quando as portas se comportam assim, tão livremente,
na nossa frente descuidadamente, é que se pode rir,
tão ruidosamente, enquanto se destranca a própria maçaneta,
e se abre finalmente a esse ambiente entregue espontâneo.


Francisco Vieira
17/01/11

2 comentários:

Joakim Antonio disse...

Comentar só nesse mas estou lendo mais, gostei da vazante de ideia que há por aqui.

Parabéns!

André disse...

A samsara, a roda gigante, o mundo dos cegos e visionários e suas milhares de portas... Caminhar, aleatoriamente, mas sempre com muita sabedoria...