segunda-feira, 4 de abril de 2011

Presença Perdida








Cheirei a camisa, não tinha seu cheiro.
Parte de mim queria-o, até que para maldizê-lo.
Você foi e nem a doçura dos seus olhos eu quis guardar,
nem o aconchego forte nos seus braços, dos abraços
duradouros, mornos, suaves seu lábios premendo os meus.
Aquele teu cheiro de roupa limpa, de coisa boa,
que eu procurava tanto sorver, quando me faltava teu hálito.

A camisa não tinha teu cheiro, nem essa lembrança toda.
Até que para maldizer tua presença, antes precisava lembrar.
Houve um momento em que eu realmente me entreguei,
quando quedei sobre teu ombro, na tua roupa limpa, clara,
e respirei, vagarosa e profundamente, teu cheiro de bondade.
Aquele teu cheiro de alma limpa, de índole boa,
que eu procuro tanto achar, quando me falta o que inspirar.




Francisco Vieira
04/04/11


Imagem disponível em http://tinyurl.com/6xwl6an em 04/04/11

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